A minha palavra preferida costumava ser "rebarbativo". É uma palavra-maremoto que se estabelece em linha recta. Sem embargo, tomei-lhe posse e quis mudar-lhe a essência: logrei chamar-lhe um sorvedouro de arquétipos. Achei piada à imagem de um movimento em espiral de forças marítimas, correntes, ondas. Tinha algo de Lagrangiano que me recordava as leis elementares.
Mas entretanto apareceu a palavra "adiabático", revolucionando a termodinâmica da poesia.
Escreveram-se tratados sobre a nova revolução. Contrataram-se peritos para analisar os tratados. Condecoraram-se os analistas e mataram-se os poetas. A revolução morria por dentro e eu consultava o dicionário.
Foi aí que descobri "fluctígero". E por agora basta-me.
Mas entretanto apareceu a palavra "adiabático", revolucionando a termodinâmica da poesia.
Escreveram-se tratados sobre a nova revolução. Contrataram-se peritos para analisar os tratados. Condecoraram-se os analistas e mataram-se os poetas. A revolução morria por dentro e eu consultava o dicionário.
Foi aí que descobri "fluctígero". E por agora basta-me.
(Texto de: O Coxo)
No comments:
Post a Comment