(texto de O Coxo)
Todas as noites são uma viagem pela loucura. Agarramo-nos ao nosso bilhete de volta com ardor mas a maior atrocidade é acordar: o quotidiano que se insinua com despudor nas pálpebras fechadas, o doce desenrolar das horas matinais, a inocência do sono desfazendo-se em vulgaridades.
Tudo isto é apenas previsível.
Além disso há as insónias. As insónias em que o tédio nos consome pelo interior da loucura.
As insónias ou melhor
esse delírio febril em que pensamos estar acordados e afinal estamos. Em que pensamos estar loucos e afinal estamos.
As paredes do quarto, os sapatos debaixo da cama, o cabide: tudo se torna um imperativo. Os objectos revestem-se duma arrogância suspeita.
Há um gigantismo imprevisto na escuridão que eu nunca consegui decifrar. Por isso fecho os olhos.
Por enquanto vou fechando os olhos e finjo dormir.
Todas as noites são uma viagem pela loucura. Agarramo-nos ao nosso bilhete de volta com ardor mas a maior atrocidade é acordar: o quotidiano que se insinua com despudor nas pálpebras fechadas, o doce desenrolar das horas matinais, a inocência do sono desfazendo-se em vulgaridades.
Tudo isto é apenas previsível.
Além disso há as insónias. As insónias em que o tédio nos consome pelo interior da loucura.
As insónias ou melhor
esse delírio febril em que pensamos estar acordados e afinal estamos. Em que pensamos estar loucos e afinal estamos.
As paredes do quarto, os sapatos debaixo da cama, o cabide: tudo se torna um imperativo. Os objectos revestem-se duma arrogância suspeita.
Há um gigantismo imprevisto na escuridão que eu nunca consegui decifrar. Por isso fecho os olhos.
Por enquanto vou fechando os olhos e finjo dormir.
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