texto de: O Coxo
Um poeta move-se na violência dos espelhos. Move-se maternalmente entre as imagens e delas colhe esse amor pródigo com que empilha as palavras.
Esse amor dissoluto com que empilha as palavras e depois as destroi.
O cenário é este: a verticalidade do verso na profusão da luz. Uma luz vaga e imprópria. Uma luminosidade incestuosa onde se establecem as intrincadas leis da metáfora. Um, dois fotões perdidos numa cave até aqui só penumbra e então um clarão repentino, o verso, o poema, o deslumbramento !
A poesia constroi-se no aturdimento dos sentidos: imagens que entram em nós invertidas mas em que aceitamos acreditar num pacto de conivente ingenuidade. O princípio básico consiste em introduzir erros na atribuição das probabilidades a uma ou outra partícula elementar da construção das frases e depois tender para a normalidade.
O poeta é tão sensível à sua própria brutalidade como ao sofrimento colectivo. Por isso a gestação da luz no ventre estropiado, enquanto lá fora chove (as estrofes louvavelmente afectadas pela meteorologia: ventos de fraca intensidade e ondulação de noroeste). E como arma maternal os espelhos.
Monday, 24 November 2008
sobre os espelhos
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Sunday, 23 November 2008
Saturday, 22 November 2008
Friday, 21 November 2008
decomposição
Porra, e já é sexta feira ! contam-se as horas e entretanto passaram anos: as verdades permancem invencíveis no seu posto. Há dúvidas, certo. Há hesitações. Mas a inevitabilidade cavou trincheiras à nossa frente. Caminhamos todos em espiral para algo monstruoso. Agrada-nos o conforto das forças centrífugas. Queremos um fim, procuramos respostas, um centro, uma metafísica, todas essas coisas absurdas que representam dois ou três impulsos eléctricos num cérebro também ele absurdo. Perpetuamo-nos e perpetuamos as perguntas. Depois vêm os filósofos e põem em causa as perguntas. Depois vêm os sociólogos e os políticos, e os que tiraram lições da história e aplicam as suas lições ao experimentalismo. E o experimentalismo torna-se a própria história e daí tiramos as nossas lições para aplicar mais tarde.
Posted by O Coxo at 19:23 0 comments
Notas para uma regra de vida
Por momentos pareceu-me que Bernardo Soares falava do Coxo quando lia esta passagem do livro do desassosssego:
Posted by O Coxo at 19:03 0 comments
Tuesday, 18 November 2008
Monday, 3 November 2008
Kala Pathar
Everest and Nupse view from Kala Pathar, 5643m
(http://en.wikipedia.org/wiki/Kala_Patthar)
Khumbu valley, Nepal
Posted by O Coxo at 14:14 0 comments