Sérgio Godinho, em "Tinta Permanente"
Eu nesta não fiquei bem,
estou a olhar para o lado.
Tinham-me dito: "eh soldado!
É dia de incendiar aldeias,
baralha e volta a dar
o que tiveres de ideias
e tudo o que arder, queimar!"
No fogo assim te estreias.
Chega-te a mim, mais perto da lareira,
vou-te contar a história verdadeira...
Nesta outra foto,
não vou dar descanso aos teus olhos
não se distinguem os detalhes
mas nota o meu olhar,
cintila atrás da cor do sangue
vou seguindo em fila
e atrás da cor do sangue
soldado não vacila
O meu baptismo de fogo
não se vê nestas fotos
tudo tremeu e os terramotos
costumam desfocar as formas
matamos, chacinamos, violamos,
ah, mas será que não violamos
as ordens e as normas?
Chega-te a mim, mais perto da lareira,
vou-te contar a história verdadeira...
Eu nesta não fiquei bem,
estou a olhar para o lado.
Tinham-me dito: "eh soldado!
É dia de incendiar aldeias,
baralha e volta a dar
o que tiveres de ideias
e tudo o que arder, queimar!"
No fogo assim te estreias.
Chega-te a mim, mais perto da lareira,
vou-te contar a história verdadeira...
Nesta outra foto,
não vou dar descanso aos teus olhos
não se distinguem os detalhes
mas nota o meu olhar,
cintila atrás da cor do sangue
vou seguindo em fila
e atrás da cor do sangue
soldado não vacila
O meu baptismo de fogo
não se vê nestas fotos
tudo tremeu e os terramotos
costumam desfocar as formas
matamos, chacinamos, violamos,
ah, mas será que não violamos
as ordens e as normas?
Chega-te a mim, mais perto da lareira,
vou-te contar a história verdadeira...
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