custa-me abrir os olhos
aranhas de sangue
na madrugada boémia
vacilando na retirada das marés.
olhos prodígio.
faróis erguidos na antemanhã
entretanto extintos.
custa-me como se sal
engrossando as pálpebras.
não estou cego
mas pesa-me esta não-visão
de olhos fechados corro ainda
na madrugada abissal dos sonhos
corro descalço na praia
corro assim
postumamente inclinado para o abismo.
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