Há quem diga que o Coxo não existe. Que é uma invenção de conspiradores de pacotilha. Provavelmente estão certos. Mas o Coxo é alheio à fé que têm nele. O Coxo é um peregrino cujo Deus é o caminho por percorrer. Um devorador de horizontes, mesmo os falsos. Um desses optimistas em que a fé atraiçoada cria um tirano. Um tirano em busca de um palanque.
Encontrado o palanque, o Coxo senta-se a um canto e aí fica. Corpo vacilante, bengala na mão, a voz a tremer à espera da palavra que tarda a chegar...
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