Praia póstuma

custa-me abrir os olhos

aranhas de sangue 

na madrugada boémia

vacilando na retirada das marés.

olhos prodígio.

faróis erguidos na antemanhã

entretanto extintos.

custa-me como se sal

engrossando as pálpebras.

não estou cego 

mas pesa-me esta não-visão

de olhos fechados corro ainda

na madrugada abissal dos sonhos

corro descalço na praia 

corro assim

postumamente inclinado para o abismo.

pentaprisma

abreviar o amor,

eis o desafio dos poetas:

alinhar o fio de prumo da topografia interior

trincheiras

a manhã acordou 

com os clamores da noite 

ainda a retumbar
e os corpos despenhados 

nas trincheiras

a manhã acordou 

na esperança do musgo

Receita do dia

Receita do dia:

1. Pegue-se nas exaltações do corpo e as suas disposições carnais

2. Junte-se-lhe a biologia, emaranhado de maquinações orgânicas

3. Ao lume da química e das suas monstruosas libertações de energia

4. O todo agitado por uma sismografia da morte que não vai sem os seus prazeres

No fim serve-se frio

Aos convivas basta estarem vivos

Bom apetite

In advance of the broken arm

Il y aura toujours une pelle au vent dans les sables du rêve

Marcel Duchamp, André Breton

de retour, avec "les états Généraux"

in "les états Généraux", André Breton, 1943

Une des idées mendiantes qui m’inspirent le plus de compassion

C’est qu’on croie pouvoir frapper de grief l’anachronisme
Comme si sous le rapport causal à merci interchangeable
Et à plus forte raison dans la quête de la liberté
À rebours de l’opinion admise on n’était pas autorisé à tenir la mémoire
Et tout ce qui se dépose de lourd avec elle
Pour les sous-produits de l’imagination
Comme si j’étais fondé le moins du monde
À me croire moi d’une manière stable
Alors qu’il suffit d’une goutte d’oubli ce n’est pas rare
Pour qu’à l’instant où je me considère je vienne d’être tout autre et d’une autre goutte
Pour que je me succède sous un aspect hors de conjecture
Comme si même le risque avec son imposant appareil de tentations et de syncopes
En dernière analyse n’était sujet à caution

it must be heaven

Yesterday, the Geneva International Film Festival - GIFF -, screened the latest film from Elia Suleiman, It must be heaven, in the presence of Elia Suleiman himself. It's a beautiful film, mixing  irony with a somehow poetic humour. Elia assumes the role of an observer, in awe but powerless in face of the events around him. There is place for some hope, but just not now...

Baku, Azerbaijan

Baku's old city with the Shirvanshah palace mosque on the left, and the flaming towers on the back.

Shakhidlar Mosque, under the shadow of the flaming towers.

Ganja, Azerbaijan

The beautiful Juma mosque and the impressive Imamzadeh complex in Azerbaijan's second city, Ganja.

Lahic - Azerbaijan

The bucolic village of Lahic, south of the Caucasus, Azerbaijan.

Laza, Azerbaijan

On our second day in Azerbaijan's Caucasus, we hiked from the village of Kuzun to the village of Laza. A GPS device is recommended since the path, although well known to locals, is not clearly marked.

The village of Laza, west of Quba. 2h30 hike from Kuzun.

Khinaliq, Azerbaijan

The Azeri village of Khinaliq, in the Caucasus. About 1h30 drive southwest of Quba.