Sunday 21 February 2010

dois excertos

Por vezes tudo se ilumina.
Por vezes sangra e canta.
Eu digo que ninguém se perdoa no tempo.
Que a loucura tem espinhos como uma garganta.

*

Tenho uma pequena coisa africana para dizer aos senhores
"um velho negro num mercado indígena
a entrançar tabaco" o odor húmido e palpitante sobe dos dedos
(...)
"como ele aflora Deus digitalmente debruçado"


(Herberto Helder em "ou o poema contínuo")

1 comment:

Telemaco said...

gigante!
o "triptico" (acho que tambem está no poema continuo) é um clássico dos poemas de amor: http://cvc.instituto-camoes.pt/poemasemana/22/helder1.html
Abraço